quarta-feira, 24 de setembro de 2008

a grama do vizinho blá, blá, blá

Tava pensando nisso ontem... Não sei se as pessoas acham que a grama do jardim do vizinho é sempre a mais verde porque o vizinho faz questão de mostrar isso, mesmo que a grama seja falsificada, só pelo prazer de ver o outro se contorcendo de raiva e inveja por não ter uma igual, ou se as pessoas que nunca se contentam com o que tem.
Ontem veio uma garota que eu conheço, comentar que não sabia o que tava havendo com ela, pra tá quatro anos na faculdade e não ter arranjado o sapato velho pro seu pé chulezento e descalço. Eu fiquei observando, observando, observando ela falar... Não que tivesse me interessando tanto, porque esse tipo de papo é um saco mesmo, ficar se lamentando porque não tem namorado... argh! Bom, mas o fato é que eu viajo mesmo na maionese; sério, pensei que a guria era maior pegadora, tudo bem que ela tava falando de namorar e não de dar uns pegas, mas sei lá, pela conversa deprimente dela, e pela cara de cadela abandonada, senti que nem de uns pegas a coitada usufrui. Posso estar enganada. A questão é que daí já dá pra imaginar a conversa, né? Que todo mundo tem seu chameguinho/amorzinho/benzinho/tchutchuquinho/qualquercoisa-inho menos ela. Blá, blá, blá. Sabe, aquela coisa toda de Maria do Bairro piorada 10 vezes. Sério, vi a hora de ela chorar. Mas eu não tava só não, tinha mais outra amiga minha no momento, ouvindo o desabafo. “Ah, pô, esquece isso”, com meu complemento “nem tô a fim de ouvir esses papos”, o papo realmente morreu.
Aposto que ela tem as miguxas que têm seus namorados, que as levam pra o cinema e tomar sorvete no shopping. Que as ligam de madrugada pra falar besteira, que passam meia hora pra desligar. Que são resgatadas da faculdade. Que não ligam mais pras festinhas promíscuas. Que ganham presentinho de 1 mês de namoro. Que quando os namoradinhos viajam sozinhos, não saem de casa e olham para o céu e começam a chorar, quando vêem a estrela mais brilhante lá em cima. Que acham aquela música do James Blunt super fofa. Que só falam no desgraçado tchutchuquinho. Que têm com quem comemorar selvagemente o dia do sexo, etc. É, aposto que ela pensa em tudo isso e depois começa a achar que é uma esquecida no mundo, uma “desinteressante”, como ela mesma falou, e tal. Talvez até seja, vai saber, né? Mas pra quê ficar se comparando com todo mundo que tem namorado? Sei lá. Deprimente.
Às vezes, aquele namoro que parece ser a coisa maix *PeRfEcT* do mundo nem é isso tudo. Aquela família que parece ser a melhor do mundo, é apenas uma família normal, com todos os perrengues que a maioria tem. O carinha lindo que a amiga tá pegando, é um mala e beija mal pra caramba. O emprego do fulano só o faz infeliz... E tem gente que ainda insiste em ficar baseando a própria felicidade que não tem, na felicidade duvidosa dos outros.
Algumas vezes me pego pensando em alguma coisa do tipo “poxa, fulano, que é fulano, tem e eu não... por quê?”. Não que seja completamente negativo, mas quando passa de certo limite, isso começa a fazer mal. Lógico que muitas gramas são mais verdes que a do meu jardim, mas a minha pode ser igualmente verde ou mais. Em vez que eu ficar olhando a do outro, ganho muito mais fazendo o meu. Levando minha vida, sem ficar me deprimindo “porque os outros isso e aquilo”. É como aquela sábia frase da Gang do Samba: xô xuá, cada macaco no seu galho.

6 comentários:

Cris Medeiros disse...

Adorei o post!

Um pouco de lamúria de vez em quando até tudo bem, mas quando vira doença, affe, não ná pra aguentar!

Beijos

Ciça. disse...

Concordo plenamente. Em vez de ficarmos chorando por não termos o que os outros têm, devemos correr atrás ou até nos contentarmos com o que é nosso.

:*

Breno C. disse...

Exercitando o machismo: "manda a sua amiga vir falar comigo, que eu dou um jeito no problema dela ;)"
Falando sério: Po, a grama nem sempre é verde, na verdade ela só é diferente.
Nota mental: Você citou Gang do Samba?

Yuzo disse...

Ai Jaque...amo seus posts, ai, *lágrimas*...

Não sou invejoso no sentido de "ter". Não me importo muito em não ter dinheiro, etc...eu me preucupo mais comigo mesmo. Talvez eu seja invejoso no sentido de "ser". Ser melhor, ser isso, ser aquilo...blá...
Tem dias sim que eu fico triste e penso "Ah! se eu tivesse isso", mas não adiante porque quando é pra gente tá bem e ser feliz, a gente é, mesmo estando no fundo da fóça.

Nathália E. disse...

Hahahaha!
Eu mimijei de rir com esse post, cara!
Pô, essa coisa de namorinho perfect forever é o Ó do borogodó.
Néam?

E isso da grama aí do vizinho, pô, nem curto muito grama.
Mas eu não sou de ficar de butuca nos quintais alheios não... Só quando não tem murinho. Entende? Mas é porque aí é involuntário.

Ain, que saudadinha de você, Jaca.

Cara de 30 disse...

A melhor frase do dia, ou melhor, da madrugada:

"Xô, xuá, cada macaco no seu galho", by Gang do Samba.

Mas que é a mais pura verdade, isso é...