domingo, 24 de fevereiro de 2008

um dia de cada vez

Apesar da minha cara de “ah, legal”, quando soube do resultado que tinha passado no vestibular, por dentro, eu ‘tava feliz e saltitante. Finamente ia sair da “barra da saia” da minha mãe. Até então, eu era uma garota bobona (não que ainda não seja), que não sabia fazer as coisas sozinha. Ao mesmo tempo em que achava aquela idéia supimpa e tal, me dava medo pensar que eu ia conhecer pessoas que não do meu antigo colégio, onde passei nove anos estudando. Era um pouco desconfortável imaginar uma rotina diferente. Tinha minhas amizades certinhas, e não tinha vínculo com gente de outro lugar, tudo que fazia tinha relação com o colégio, nem cursinho eu fiz, ou seja, não conhecia pessoas de cursinho. Quando fiz a matrícula na universidade, foi que tremi na base. Tanta gente, saindo de tantos lugares. Aquele local imenso (que hoje já me parece ser bem menor) era meio que assustador. Tinha a idéia de que lá eu ia encontrar adolescentes inconseqüentes, baderneiros, loucos por festa e sacanagem. Hoje vejo que é o que existe, de fato (além de outras coisas), mas o meu pensamento se resumia apenas àquilo. Não fui no primeiro dia de aula. Fui no segundo e quando entrei na sala, me senti um et. Eu pensei “que p* é essa?”, todos conversando alto e gargalhando como se se conhecessem há anos, sendo que se conheciam há um dia, apenas uma tarde foi o suficiente pra se tornarem amigos de infância. Aí, notei que me daria mal, já que a tímida alí era eu.
[...]
Os dois anos seguintes me deixaram confusa, eu não sabia se aquele era meu lugar, e continuava não me entrosando com o pessoal. Foi complicado e chato pra caramba. Me sentia mal quase o tempo todo. Mas, aos poucos, no terceiro ano, a coisa mudou. Me dei uma chance de conhecer as pessoas com quem passava boa parte do meu dia. Foi natural, não forcei. Passei a falar com muita gente e descobri pessoas incríveis, que, conseqüentemente, se tornaram minhas amigas. Percebi que eu 'tava mudada, mais independente e menos "ingênua". Abri meus olhos e vi que a vida não ia até o limite do meu raciocínio, até então, e que as coisas aconteciam loucamente por toda parte. Entendam que o problema não era medo de pessoas, o meu negócio era outro, o problema foi não pensar que eu, simplesmente, estava entrando numa faculdade, o problema foi não ter visto o quanto aquilo tudo era “besteira” e simples, como qualquer outro passo que se dá na vida.
Nem sei por que resolvi escrever tudo isso... Talvez seja por que amanhã começa o fim do último ano letivo, de um curso que me deu tanta dor de cabeça, tantas dúvidas e raiva de mim mesma, por algum tempo. Mas que me presenteou com amigos e momentos inesquecíveis e hilários. Vou continuar reclamando da escolha que fiz... da profissão que escolhi, mas não como antes. Já enxerguei que é um trabalho bonito... necessário, e que tenho capacidade de me dar bem nele. Às vezes é bom ser otimista e pensar que não tem nada melhor que um dia após o outro.
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n shorem

6 comentários:

Fernanda Papandrea disse...

otimismo nunca é desnecessário! =)

Yuzo disse...

Posso fala? SHOROLITRUZ...ai miga...adoro o que vosescreve...quando vai escrever uma auto-biografia hein? aii...
quer dizer que falta só um ano...que coisa hein...
rererere, bjos, te adoro, =]

Anônimo disse...

incrível como o mundo, ops... como nossa cabeça muda, né mesmo?

Alessandra Castro disse...

Ótemo texto! A idéia virginal q temos antes de entrar na faculdade é uma completamente diferente da realidade, tipow é um mundo já adulto, pelo menos na minha turma agimos como profissionais, tem panelas, mas sem as palhaçadas, a individualidade predomina e no máximo vc faz uns 2 amigos e o resto de colegas. ;)

. disse...

O meu maior medo (aquele do 2ª ano na faculdade) é que isso não aconteça comigo. Me identifiquei muito com o que você escreveu.

Anônimo disse...

Nossa, comigo foi o contrário! Eu me enturmei no início e depois me desenturmei da mesma sala. Dá pra entender?


Julliane trindade